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quarta-feira, 21 de março de 2007

Big Brother não!

Hoje fui obrigado a fazer uma coisa que eu nunca tinha pensado em fazer antes: escrever uma carta para o Jornal!

Eu geralmente passo sem ler pela parte das CARTAS, mas hoje uma carta com o mesmo título deste post me fez pedir direito de reposta em nome do jornal. O leitor pedia que o jornal parasse de se referir ao projeto de câmeras de vigilância da prefeitura na cidade pelo nome de Big Brother, uma vez que por ser um jornal tão lido ele acabaria por incentivar os leitores a ver esse programa de m..., e aí aproveitou para falar muito mal do programa.

Respondi mais com a finalidade de esclarecer para o meu companheiro leitor que o jornal não se baseia no programa de TV da rede globo para dar nome ao sistema de vigilância, mas sim no livro 1984, de George Orwell, que foi também de onde a empresa holandesa Endemol tirou o nome para o programa!

Explicando: O livro de Orwell, da década de 40, conta a história de uma sociedade do futuro (no caso 1984) na qual as pessoas não teriam privacidade em virtude de um sistema de vigilância que as controlava 24 horas por dia, e que se chamava, adivinhem, o Grande Irmão.

Já sobre a discussão do efeito cultural do Big Brother, não acho válidas as críticas que invalidam o programa enquanto forma de entretenimento. Claro que não é nada fantástico ou inteligente, mas há o fato da privacidade alheia, da curiosidade, do gosto pela intriga, que fazem parte do povo brasileiro. Assim, o Big Brother tem tanta finalidade cultural quanto uma novela, ou seja, nenhuma! Mas se o povo estivesse assim tão preocupado com a cultura, não teríamos os índices astronômicos de audiência que as novelas têm, e o Big Brother ainda tem um atrativo a mais: o poder de escolha do público. Nas novelas as pessoas identificam sempre o vilão, como acontece no Big Brother, mas nelas o telespectador está na mão do diretor, torcendo para que seu personagem favorito se dê bem no final e para que o vilão morra, enquanto no programa há a possibilidade de votar e eliminar o vilão de cada um, dando a impressionante sensação de tarefa cumprida, de vingança etc.

Mas ainda assim prefiro não defender ou atacar o programa de forma veemente, apenas confesso que assisto quando posso e que, pelo lado cultural, o programa não me proporciona absolutamente nada, mas existem coisas engraçadas e divertidas, é tão nocivo quanto uma novela.